terça-feira, 20 de março de 2007

Dom Quixote na Ilha da Magia

(a Humberto Gessinger)
Sou o bravo e digno cavaleiro Que vem das Montanhas Encantadas E não encontrei pelas estradas Nenhuma besta, bruxo ou guerreiro Que me fosse real adversário Nas Montanhas Encantadas, ao norte Do queijo se faz o pão E as pessoas têm a sorte De uma tarde quente de verão É verdade que a Ilha da Magia Tem muitíssimos encantos (Como aquela linda guria Que eu conheci no outro dia) Mas ultimamente, por todos os cantos Surgem inimigos - terríveis e vários Que querem ver-me ao chão O feroz dragão do sopro gelado Leva seu vento de gelo a todos os lados E o bruxo que faz verter águas copiosas Com o poder de sua mão É um terrível e temível vilão Essas criaturas, vis e maldosas Enfrentam a mim, guerreiro solitário Que mantenho a lança em riste A gente medíocre me chama de otário “Bruxos e dragões? Nada disso existe O que há é chuva, frio e vento Um guarda-chuva e um homem louco” A gentalha não entende meu intento Por amor às causas perdidas Enfrento os inimigos com todo empenho Com habilidade e bravura, pouco a pouco Apesar de suas ferozes investidas De pé e combativo me mantenho E conquisto toda a glória Encharcado com as águas da vitória.

2 comentários:

Anônimo disse...

"...conquisto toda a glória
Encharcado com as águas da vitória."


perfeito. mesmo mesmo. =)

Anônimo disse...

Muuuuuuito bom.
Quanta intertextulidade.
Parabéns.

PS: "Até pode ser que os dragões sejam moinhos de ventoooo."