domingo, 22 de abril de 2007

Eu sou as sombras

(a Lavoura Arcaica) Não sou aquele que dá respostas Sou aquele que faz perguntas Não trago a luz Afirmo a presença/iminência das trevas Onde a ordem repousa pateticamente Eu trago a semente fluida e violenta do caos Diante da verdade enjaulada Em compartimentos milenares empoeirados Eu trago o sopro virulento das mudanças Afinal, onde estão as provas? Onde estão os fatos? As boas novas Eram só boatos(?)

sexta-feira, 6 de abril de 2007

A dança

Os dois se olham de frente Olhares cortantes, penetrantes Um infinito jogo de espelhos O silêncio é quebrado, subitamente O swing de pernas, incessante O vai-vem dos quadris, constante O estrondoso choque dos corpos suados Tudo forma uma harmoniosa sinfonia Os gigantes, exaustos e abraçados Buscam um sopro vital Pra continuar o ritual O público grita em êxtase Contagiado pelo calor do espetáculo E assim segue a sessão de dor e prazer Nos momentos mais duros É passada sobre a pele Uma substância viscosa Que torna mais suave o contato Fora das quatro paredes de cordas A platéia grita, cada vez mais eufórica Ela nunca se contenta Por mais selvagem que seja a contenda Mesmo que seja Incrivelmente intensa a peleja Lá dentro, de pé e concentrado, cada qual Imagina como deixar o outro na horizontal Assim prossegue a dança dos Titãs Sob o olhar antropofágico de Baco ........................................................ Bem-vindo ao mundo viril do Boxe.